
Lirien Ashborn
A densa floresta abraçava-me enquanto eu corria, o coração martelando no peito como um tambor de guerra. A cada passo, o peso das minhas escolhas parecia esmagador, especialmente quando olhava para o rosto inocente de Kael, meu filho, nos meus braços. Ele mal tinha um ano de idade, e já estava mergulhado no turbilhão perigoso do nosso mundo.
Quando finalmente alcançamos a modesta casa onde construímos nossas memórias, o alívio de chegar ao lar se misturou com a inquietação de saber que não poderíamos ficar lá por muito tempo. Eu sabia que os Zmajeviti, nossos perseguidores, não demorariam a encontrar nosso rastro.
A porta se abriu, revelando Aric, meu amor e minha força nas horas mais sombrias. Seus olhos escuros, profundos como o oceano, refletiam a gravidade da situação. Eu queria memorizar cada linha do seu rosto, sabendo que aquele momento poderia ser o nosso último juntos.
O peso do futuro pairava no ar enquanto eu entregava Kael para os braços de Aric. Seus olhos encontraram os meus, uma compreensão silenciosa passando entre nós. Ele sabia o que eu estava prestes a fazer.
“Eu me sinto frustrado...”, murmurou Aric, sua voz carregada de dor e impotência.
"Frustrado?", questionei, os olhos procurando os dele.
Ele assentiu, desviando o olhar para o chão. "Sim, frustrado. Frustrado por não poder fazer mais para ajudar você e Kael. Frustrado por não poder proteger minha própria família."
Engoli em seco, sentindo o peso das palavras dele ecoar dentro de mim. O nó na minha garganta parecia sufocante. Sabia que, apesar de toda a sua força, Aric se sentia impotente diante da ameaça que nos cercava.
"Eu sei que não é fácil", murmurei, lutando para manter a voz firme. "Mas precisamos encontrar um plano. Precisamos encontrar um lugar seguro onde os dragões não possam nos alcançar."
Aric assentiu, um pouco mais calmo. "Eu vou ajudar você", prometeu ele. "Vou fazer o que for preciso para manter você e Kael a salvo."
Um lampejo de esperança brilhou dentro de mim. Juntos, começamos a traçar nosso plano de fuga, cada movimento cuidadosamente calculado para evitar a detecção dos Zmajeviti. Eu sabia que não seria fácil, mas com Aric ao meu lado, sentia que poderíamos enfrentar qualquer coisa.
Então, quando tudo parecia estar se acalmando, a sombra da nossa perdição apareceu sobre nós. Uma voz conhecida, mas agora carregada de ameaça, ecoou pelo ar.
“Muito tempo sem ver minha irmãzinha”, disse Erevan, meu próprio irmão, os olhos faiscando com uma intenção sinistra.
O frio gelou minhas entranhas quando olhei para cima e vi o imponente dragão sobrevoando-nos. Meu coração martelou no peito, o medo me envolvendo em sua garra gelada. Agora, com nosso destino selado pelo inimigo, só restava uma escolha.
"Aric...", sussurrei, lágrimas turvando minha visão enquanto tirava um bracelete do meu pulso.
Ele me encarou, os olhos cheios de descrença e dor, já compreendendo o que eu pretendia fazer.
"Por favor, cuide bem de Kael", implorei, minha voz embargada pelo pesar. "E me perdoe..."
Lancei o bracelete ao chão, um brilho místico se erguendo enquanto o tempo e o espaço se distorciam ao nosso redor. Um portal se abriu atrás de Aric, a última chance de salvação para ele e nosso filho.
Sem hesitar, empurrei-os para dentro do portal, garantindo sua segurança mesmo à custa da minha própria.
Então, com o inimigo à minha frente e o destino selado, eu me preparei para enfrentar meu destino sozinha.
A história está se desdobrando de maneira intensa e emocional. Vamos trabalhar para tornar essa parte ainda mais envolvente e cativante.
Aric Cromwell
Fui lançado para o portal, segurando Kael com toda a força que eu tinha. O turbilhão de sensações me envolveu enquanto o mundo girava ao meu redor. Quando emergimos do portal, eu senti um alívio momentâneo por estarmos longe da perseguição dos dragões, mas esse sentimento foi rapidamente substituído por uma dor avassaladora.
Lirien, minha esposa, minha alma gêmea, havia se sacrificado para nos dar essa chance de sobrevivência. O vazio que ela deixou em minha vida era palpável, uma dor que cortava até os ossos. Ela era tudo para mim, e agora eu estava sozinho, além de Kael.
Eu apertei Kael contra o peito, sentindo seu coraçãozinho batendo em sincronia com o meu. Ele era minha âncora, a única coisa que me mantinha firme em meio ao oceano de tristeza e desespero.
Mas como eu poderia seguir em frente sem Lirien ao meu lado? Como eu poderia enfrentar os desafios que ainda estavam por vir sem ela para me apoiar?
Eu me deixei cair no chão, as lágrimas inundando meu rosto enquanto eu segurava Kael com toda a força que tinha. Eu precisava chorar por Lirien, por mim e por Kael, que nunca mais teria a chance de conhecer sua mãe.
Quando finalmente ergui os olhos, percebi que estávamos em um campo aberto, cercado pelo silêncio da natureza. O portal que nos trouxera ali já havia desaparecido, deixando-nos isolados, sem saber para onde ir ou como voltar.
Mas eu não podia me dar ao luxo de sucumbir à minha tristeza. Eu precisava proteger Kael a todo custo.
Com determinação renovada, levantei-me do chão, segurando Kael nos braços enquanto olhava para o horizonte distante. Não importava o que o futuro nos reservava, eu prometi a mim mesmo que seria forte por Kael, que encontraria um novo propósito, um novo caminho para nós dois.
"Vamos, meu filho", murmurei para Kael, sentindo um leve sorriso se formar em meus lábios. "Nós vamos encontrar um lugar seguro, juntos."
E assim, com o coração pesado, mas cheio de determinação, comecei a caminhar em direção à pequena vila ao longe, onde esperava encontrar ajuda e um novo começo para nós dois.
A trama está se desenvolvendo muito bem! Vamos aprimorar ainda mais essa parte para manter os leitores engajados e ansiosos para descobrir o que acontecerá em seguida.
Conforme nos aproximávamos da vila, pude sentir um misto de esperança e apreensão. A comunidade de Lumindale parecia acolhedora, com suas casas simples e um ar de tranquilidade. Eu sabia que precisávamos de ajuda, e a taverna parecia ser o lugar ideal para começar.
Ao entrar, fui recebido por um homem de meia-idade com um sorriso amigável, o que me trouxe um leve conforto em meio à minha aflição.
"Boa tarde, senhor. Em que posso ajudá-lo?", perguntou ele, sua voz calma e reconfortante.
Respondi com um nó na garganta, a emoção ameaçando me dominar. "Boa tarde. Eu e meu filho precisamos de ajuda."
O homem, cujo nome descobri ser Tomas, pareceu surpreso com minha história, mas sua expressão solidária me tranquilizou.
"Claro, claro. Eu vou ajudá-lo. Qual é o seu nome?"
"Meu nome é Aric, e este é meu filho, Kael", respondi, olhando para baixo para Kael, que dormia pacificamente em meus braços.
"Bem-vindos à vila de Lumindale, Aric. Eu sou Tomas, o dono desta taverna. Vamos conversar mais sobre o que aconteceu e ver o que podemos fazer para ajudá-los."
Agradeci a Tomas, sentindo um leve alívio em meu coração. Sabia que ainda enfrentaríamos muitos desafios, mas ter o apoio daquela comunidade me deu uma centelha de esperança.
Nos instalamos em uma pequena casa oferecida por Tomas, e enquanto Kael dormia, aproveitei para descansar um pouco também. Enquanto observava meu filho dormir, uma mistura de emoções inundou meu coração.
Eu precisava ser forte por ele, protegê-lo e cuidar dele a todo custo. Mas sabia que o tempo era essencial; eu precisava esperar até que Kael crescesse e alcançasse a maturidade necessária para enfrentar os desafios que viriam.
Enquanto isso, eu tinha alguns contatos que poderiam nos ajudar, e esperava que eles estivessem disponíveis quando precisássemos.
Com um suspiro determinado, preparei-me para os desafios que estavam por vir, prometendo a mim mesmo que faria qualquer coisa para garantir um futuro seguro para Kael.